Há exatos 15 anos a turnê do Cd que inspirou e traduziu os sentimentos de milhões de pessoas ao redor do mundo teve início.
Num bar dos EUA subia ao palco, com 21 anos e 1 mês, uma mulher usando camisa larga, soprando em sua gaita o início de "All I Really Want".
Meses depois, com as pontas do cabelo quase alcançando a cintura, a cantora Alanis Morissette em uma entrevista afirma que "O que realmente quer" é SILÊNCIO.
Tudo porquê o despretensioso "Jagged Little Pill" não atingiu 1 milhão de cópias, longe disso.
Este, o melhor Cd já lançado em todo o mundo, vendeu 30 milhões de cópias e desestruturou a menina que o compôs, juntamente com os "tops" e premiações existentes acerca da música, já que canções como "Ironic" e "You Learn" atingiram e conquistaram o cume nas rádios e nas premiações, como no Grammy.
É um orgulho e uma tristeza relembrar essa data.
Orgulho pois certamente compartilho essa posição de "o Melhor" Cd existente com diversas pessoas.
Tristeza por ter nascido tão atrasado, visto que, quando o show de tal disco se realizou no Brasil, contava eu com 6 anos e 11 meses.
Mas tudo bem, dizem por aí repetidas vezes "Tudo acontece ao seu tempo", então deixo de lado essa tristeza para expor os motivos que fazem de JLP uma obra de arte.
O primeiro single foi, coincidentemente a música que eu mais amo, "You Oughta Know".
Essa vai pra você, pessoa traída ou substituída que escutará versos do tipo "Faria sexo oral em você no cinema?"; "O brinquedo que você deitou na cama era eu e não estrago, nem sumirei quando você fechar os olhos".
Ao ler a tradução, ainda guri de 15 anos que não sabia nem se cagava ou saía da moita, senti aquele arrepiozinho no corpo, aquele calafrio que adentra, ou seja, aquela emoção extremamente forte quando algo bom acontece.
Em "All I Really Want" encontramos desejos tão parecidos com os nossos, tais como "E tudo o que eu realmente quero é uma sintonia"; "E tudo o que eu realmente quero é uma relação intelectual, uma alma para cavar mais fundo". Sim...e quem não quer?
Nunca compartilhei a ideia de "Perfect", já que nela se traduz um problema familiar em que os pais cobram um tanto de seus filhos, mas a melodia é doce como uma amiga do peito. Lá ouço uma frase forte, como "Qual é o seu problema? Por que você está chorando?".
Ah...e a letra de Hand in my Pocket. Leia em meu ombro a frase mais otimista (e uma das poucas) do disco "E a que tudo se resume é que tudo vai ficar bem bem bem".
Num diálogo com o 1º single, expressa "Righ Through You" um sentimento de ódio explícito em "Você me descartou como um vale-refeição" "Me levou para jantar e transar mas não ouviu nada do que eu disse". Podres, podres, o que seria de nossas vidas sem vocês?
Balizada na religião Católica, Alanis expressa uma certa injustiça em "Forgiven": "Meus irmãos nunca foram culpados pelo que fizeram, mas eu bem que posso ser" e, pra variar, de revolta: "Eu me confessei para um homem invejoso".
Num alívio de tensões encontra-se "You Learn". Muitos acusam Alanis de drogada devido a performance totalmente despirocada que ela mantém no palco. Certamente nessa música encontramos certo motivos para isso. Na turnê, ela dedicava essa música aos fãs e junto à batida da música corria e girava no palco descontroladamente, em intervalos para dizer os famosos versos "Você vive, você aprende". E através dessa "loucura" eu me apaixonei. Ver aqueles longos cabelos no ar ao assistir o Dvd dessa turnê resultaram em diversos calafrios dentro de mim. É demais!
Ouvi dizer que, na única música romântica do Cd o que se tem é uma declaração para uma mulher. Isso se justifica no trailer de "Head Over Feet", pois a Alanis só mostra seu rosto, está escondida, assim como, supostamente, vivencia essa relação homossexual.
Já perdi a conta de quantas vezes escrevi a estrofe "Você já me conquistou apesar do que sou/ Não se preocupe se eu me apaixonar completamente/ Nem se assuste se eu me jogar da cabeça aos pés/ Eu não tive escolha/ A culpa é toda sua". Não é lindo? Pois é, pena que (para mim) nunca deu certo na conquista de alguém, hehehehe. Mas o que importa é que para os amigos que mandei tal sentimento vigora.
"Mary Jane" foi composta para uma amiga da cantora "Você está caminhando em velocidade máxima na direção errada"; "O bonde da última chance saiu do trilho e você estava nele". No fim, Alanis percebeu que a letra da música servia pra ela. E eu percebi que servia pra mim, hehehehe. Vai que também não serve pra você?
E cá está a vencedora do Grammy de 1996: "Ironic" com sua engraçadinha frase "É como conhecer o homem de sua vida e depois conhecer sua linda esposa. Não é irônico?". Não! Não é irônico, minha gente. E é exatamente aí que a ironia se encontra, pois a canção intitulada "Ironic" não é irônica coisa nenhuma. Hahahahahahaha...14 anos depois "Conhecer sua linda esposa" foi substituída nos shows por "Conhecer seu lindo marido" e o guitarrista dava um selinho no baixista. É uma música encantadora, justifica o prêmio e a maioria dos votos dos fãs quando se fala em "a melhor música de Alanis Morissette".
E então encontramos Alanis do outro lado da relação. Em "Not the Doctor" ela escreve à uma pessoa pegajosa e dá várias invertidas. "Eu não quero ser a sua cara metade, acredito que 1 e 1 são 2". Não creio ser relevante explicitar mais versos, nesse já encontra-se uma beleza ímpar. É uma grande permormance na turnê 1995/1996 também. Os gritos dela, os pulos dela, os gestos dela, o cabelo dela, o domínio de palco dela, a expressão facial dela...
Última canção do disco. Em "Wake Up" já se percebe uma tendência mais introspectiva, que será a linha do próximo e também belíssimo CD - Supposed Former Infatuation Junkie. "A rosa que caiu no seu chão não tem valor sentimental algum"; "Há uma aversão óbvia pelo caminho menos difícil de sua vida e nada faria você tentar essa noite" são versos que, sem dúvida, explicam a medalha de prata para essa música quando penso no setlist de Alanis, e também no setlist da minha vida.
Eu disse último? Menti. Tudo bem, na verdade todos mentiram. No Cd você não encontrará escrita a faixa "Your House". Isso porque é "a música escondida". Sim. Foi uma ideia genial. "You oughta Know" é a faixa bônus do CD. Ela também pode ser ouvida depois de "Wake Up", mas se você aguarda pouco mais de um minuto, ouve uma voz, sem acordes nenhum acompanhando, em que o triste refrão exprime, ao final, "E você me perdoaria, amor, pelo sal na sua cama? [...] me perdoaria se eu chorasse a tarde inteira?". Isso porque ela, furtivamente, visita a casa de seu amado e encontra um bilhete de uma outra mulher no qual está marcado um encontro. Triste.
Ahhh...
E é isso. Pois é. Eu já me vi em quase todas as situações/ letras desse CD. E é por isso que eu o amo tanto. É belo você ler e ouvir algo que dialoga, traduz o que você sente. Eu admiro tudo o que consegue me tocar e a todos que também fazem isso. E isso é a causa de eu admirar tanto a Alanis.
1996...ah, se fosse hoje...
Num bar dos EUA subia ao palco, com 21 anos e 1 mês, uma mulher usando camisa larga, soprando em sua gaita o início de "All I Really Want".
Meses depois, com as pontas do cabelo quase alcançando a cintura, a cantora Alanis Morissette em uma entrevista afirma que "O que realmente quer" é SILÊNCIO.
Tudo porquê o despretensioso "Jagged Little Pill" não atingiu 1 milhão de cópias, longe disso.
Este, o melhor Cd já lançado em todo o mundo, vendeu 30 milhões de cópias e desestruturou a menina que o compôs, juntamente com os "tops" e premiações existentes acerca da música, já que canções como "Ironic" e "You Learn" atingiram e conquistaram o cume nas rádios e nas premiações, como no Grammy.
É um orgulho e uma tristeza relembrar essa data.
Orgulho pois certamente compartilho essa posição de "o Melhor" Cd existente com diversas pessoas.
Tristeza por ter nascido tão atrasado, visto que, quando o show de tal disco se realizou no Brasil, contava eu com 6 anos e 11 meses.
Mas tudo bem, dizem por aí repetidas vezes "Tudo acontece ao seu tempo", então deixo de lado essa tristeza para expor os motivos que fazem de JLP uma obra de arte.
O primeiro single foi, coincidentemente a música que eu mais amo, "You Oughta Know".
Essa vai pra você, pessoa traída ou substituída que escutará versos do tipo "Faria sexo oral em você no cinema?"; "O brinquedo que você deitou na cama era eu e não estrago, nem sumirei quando você fechar os olhos".
Ao ler a tradução, ainda guri de 15 anos que não sabia nem se cagava ou saía da moita, senti aquele arrepiozinho no corpo, aquele calafrio que adentra, ou seja, aquela emoção extremamente forte quando algo bom acontece.
Em "All I Really Want" encontramos desejos tão parecidos com os nossos, tais como "E tudo o que eu realmente quero é uma sintonia"; "E tudo o que eu realmente quero é uma relação intelectual, uma alma para cavar mais fundo". Sim...e quem não quer?
Nunca compartilhei a ideia de "Perfect", já que nela se traduz um problema familiar em que os pais cobram um tanto de seus filhos, mas a melodia é doce como uma amiga do peito. Lá ouço uma frase forte, como "Qual é o seu problema? Por que você está chorando?".
Ah...e a letra de Hand in my Pocket. Leia em meu ombro a frase mais otimista (e uma das poucas) do disco "E a que tudo se resume é que tudo vai ficar bem bem bem".
Num diálogo com o 1º single, expressa "Righ Through You" um sentimento de ódio explícito em "Você me descartou como um vale-refeição" "Me levou para jantar e transar mas não ouviu nada do que eu disse". Podres, podres, o que seria de nossas vidas sem vocês?
Balizada na religião Católica, Alanis expressa uma certa injustiça em "Forgiven": "Meus irmãos nunca foram culpados pelo que fizeram, mas eu bem que posso ser" e, pra variar, de revolta: "Eu me confessei para um homem invejoso".
Num alívio de tensões encontra-se "You Learn". Muitos acusam Alanis de drogada devido a performance totalmente despirocada que ela mantém no palco. Certamente nessa música encontramos certo motivos para isso. Na turnê, ela dedicava essa música aos fãs e junto à batida da música corria e girava no palco descontroladamente, em intervalos para dizer os famosos versos "Você vive, você aprende". E através dessa "loucura" eu me apaixonei. Ver aqueles longos cabelos no ar ao assistir o Dvd dessa turnê resultaram em diversos calafrios dentro de mim. É demais!
Ouvi dizer que, na única música romântica do Cd o que se tem é uma declaração para uma mulher. Isso se justifica no trailer de "Head Over Feet", pois a Alanis só mostra seu rosto, está escondida, assim como, supostamente, vivencia essa relação homossexual.
Já perdi a conta de quantas vezes escrevi a estrofe "Você já me conquistou apesar do que sou/ Não se preocupe se eu me apaixonar completamente/ Nem se assuste se eu me jogar da cabeça aos pés/ Eu não tive escolha/ A culpa é toda sua". Não é lindo? Pois é, pena que (para mim) nunca deu certo na conquista de alguém, hehehehe. Mas o que importa é que para os amigos que mandei tal sentimento vigora.
"Mary Jane" foi composta para uma amiga da cantora "Você está caminhando em velocidade máxima na direção errada"; "O bonde da última chance saiu do trilho e você estava nele". No fim, Alanis percebeu que a letra da música servia pra ela. E eu percebi que servia pra mim, hehehehe. Vai que também não serve pra você?
E cá está a vencedora do Grammy de 1996: "Ironic" com sua engraçadinha frase "É como conhecer o homem de sua vida e depois conhecer sua linda esposa. Não é irônico?". Não! Não é irônico, minha gente. E é exatamente aí que a ironia se encontra, pois a canção intitulada "Ironic" não é irônica coisa nenhuma. Hahahahahahaha...14 anos depois "Conhecer sua linda esposa" foi substituída nos shows por "Conhecer seu lindo marido" e o guitarrista dava um selinho no baixista. É uma música encantadora, justifica o prêmio e a maioria dos votos dos fãs quando se fala em "a melhor música de Alanis Morissette".
E então encontramos Alanis do outro lado da relação. Em "Not the Doctor" ela escreve à uma pessoa pegajosa e dá várias invertidas. "Eu não quero ser a sua cara metade, acredito que 1 e 1 são 2". Não creio ser relevante explicitar mais versos, nesse já encontra-se uma beleza ímpar. É uma grande permormance na turnê 1995/1996 também. Os gritos dela, os pulos dela, os gestos dela, o cabelo dela, o domínio de palco dela, a expressão facial dela...
Última canção do disco. Em "Wake Up" já se percebe uma tendência mais introspectiva, que será a linha do próximo e também belíssimo CD - Supposed Former Infatuation Junkie. "A rosa que caiu no seu chão não tem valor sentimental algum"; "Há uma aversão óbvia pelo caminho menos difícil de sua vida e nada faria você tentar essa noite" são versos que, sem dúvida, explicam a medalha de prata para essa música quando penso no setlist de Alanis, e também no setlist da minha vida.
Eu disse último? Menti. Tudo bem, na verdade todos mentiram. No Cd você não encontrará escrita a faixa "Your House". Isso porque é "a música escondida". Sim. Foi uma ideia genial. "You oughta Know" é a faixa bônus do CD. Ela também pode ser ouvida depois de "Wake Up", mas se você aguarda pouco mais de um minuto, ouve uma voz, sem acordes nenhum acompanhando, em que o triste refrão exprime, ao final, "E você me perdoaria, amor, pelo sal na sua cama? [...] me perdoaria se eu chorasse a tarde inteira?". Isso porque ela, furtivamente, visita a casa de seu amado e encontra um bilhete de uma outra mulher no qual está marcado um encontro. Triste.
Ahhh...
E é isso. Pois é. Eu já me vi em quase todas as situações/ letras desse CD. E é por isso que eu o amo tanto. É belo você ler e ouvir algo que dialoga, traduz o que você sente. Eu admiro tudo o que consegue me tocar e a todos que também fazem isso. E isso é a causa de eu admirar tanto a Alanis.
1996...ah, se fosse hoje...
P.S. Traduções baseadas no Dvd "Jagged Litlle Pill, live" (Assistam!).